quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A lógica da reencarnação




Começamos definindo o termo reencarnação.
Segundo Jose Carlos Leal, no livro Reencarnação Passo a Passo, a palavra reencarnação é um conjunto de elementos mórficos onde o RE que é um prefixo, indica repetição, o EM representa o movimento para dentro como a palavra infiltrar, o CARNA ou CARNE é um radical que significa corpo e palavra AÇÃO é outro sufixo formador de substantivos que aparece em atenção, formação ou atuação. Por fim, ele define reencarnação como o ato de um espírito desencarnado assumir um corpo físico, ou seja, nascer de novo.
Que fique claro, do ponto de vista genético, para alguém nascer é necessário antes a fecundação, o desenvolvimento do feto para por fim o nascimento. Naturalmente que este ser que terá uma alma ou espírito.
E por que o espiritismo defende a reencarnação?
Está na bíblia, em São Mateus capítulo 28 a passagem da ressureição de Jesus Cristo. Quando Maria Madalena vai visitar seu túmulo e vê um anjo que lhe informa sobre a ressureição previamente anunciada pelo Mestre Jesus.
Também encontramos em São Mateus, capítulo 16, versículos 13 a 17 a revelação da divindade de Jesus e sua missão aos discípulos, quando Simão Pedro lhe afirma, depois de questionado por Jesus: “Tu és o Cristo filho de Deus vivo”. No Capítulo 17, versículos 10 a 13, os discípulos lhe perguntam por Elias da seguinte forma: Por que os escribas afirmam que Elias venha primeiro? E Jesus lhes responde: Na verdade Elias vem e restaurará todas as coisas; digo-vos, porém, que Elias já veio e eles não o reconheceram. Fazendo assim uma menção a João Batista.
Diante destes fatos, não temos como contestar a reencarnação. Como explicar verdadeiros prodígios da sabedoria humana, como Mozart que aos seis anos de idade já compunha suas obras clássicas, nos dando o prazer da música erudita. Crianças com saber incríveis que somente um adulto teria capacidade de demonstrá-los.
No Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte colocação: “Certas pessoas repelem a ideia da reencarnação por motivos apenas da sua conveniência, dizendo acharem bastante uma só existência e que não gostariam de recomeçar outra semelhante”.
Isto nos faz refletir sobre qual a finalidade da reencarnação. Divaldo Pereira Franco, em entrevista ao programa Transição, diz que a grande finalidade da reencarnação é o desenvolvimento intelecto-moral do homem.
Também no Livro dos espíritos, encontramos explicações sobre as Leis Morais, entre elas Leis Natural, do Trabalho, de Conservação, de Destruição, de Justiça, Amor e Caridade, entre outras. É um conjunto de orientações dos espíritos nos explicando que estamos em processo de evolução e temos que nos comportar adequadamente perante estas leis divinas, na condução da existência atual.
A reencarnação tem também a finalidade da nossa reeducação. Mas por que devemos nos reeducar?
Temos que compreender alguns fatos no processo da reencarnação. É certo que reconhecendo esta possibilidade, das vidas sucessivas, aceitamos que tivemos outras vidas.
Como a tivemos se não nos lembramos de nada ocorrido nelas? Qual a finalidade de não termos estas lembranças?
As lembranças são esquecidas graças à generosidade de Deus para evitar perturbações psíquicas e também não comprometer o processo de desenvolvimento da missão por nós assumida neste processo de evolução do espírito. Temos que entender que em outras vidas, certamente nos relacionamos com outros espíritos e por possíveis distúrbios e indisciplinas morais podíamos ter contraído dívidas com os mesmos. Em toda relação estamos expostos aos nossos comportamentos e atitudes, e nem sempre somos coerentes. Nestes momentos podemos agir de forma nada adequada, que nos fazem entrar em conflito com o próximo, podendo por um acesso das nossas emoções, provocar muita dor e sofrimento para a vida do próximo e precisamos de alguma corrigir estes fatos. Se em uma vida não conseguirmos fazer isso? Aí está uma grande oportunidade, que através da reencarnação, virmos com a missão de melhorar e ajudar aos seres que se reencontram conosco visando nosso amadurecimento e deles também.
Entender a nossa vida como uma oportunidade de crescimento e os valores do bem, do amor e da caridade, esta é uma grande proposta da reencarnação.
Gabriel Delanne, no livro Reencarnação, procura comprovar cientificamente o processo das vidas sucessivas. Na sua conclusão final nos diz o seguinte: “O estudo das comunicações espíritas provou-nos, de maneira irrefutável, que a situação da alma, depois da morte, é regida por uma lei de justiça infalível, segundo a qual os seres se encontram em condições de existência, que são rigorosamente determinadas por seu grau evolutivo e pelos esforços que faz para melhorar”.
Diz mais: “A lei moral impõe sanções inelutáveis àqueles que a violaram”.
Estamos aqui falando da Lei de Ação e Reação ou Lei de Causa e Efeito. Esta lei diz que toda a ação provocada em benefício ou em sentido contrário para alguém deverá nos retornar na mesma proporção de sentimento. Em outras palavras significa que não podemos esperar do próximo uma atitude de carinho se a damos desamor. O bem é sempre o bem e o mal nos trará consequências terríveis para nossas existências anterior, atual ou para as seguintes, se tivermos oportunidade. E porque não dizer que o mal que causamos a outrem nos traz a necessidade de ajuste e renovação na vida atual. Devemos nos esforçar para fazer o bem independente das dificuldades que tivermos que enfrentar.
Visualizando a Lei de Causa e Efeito, podemos compreender as desigualdades sociais e também algumas deficiências físicas que alguns irmãos trazem em seu corpo, em seus membros ou mente.
Considerando que em vidas passadas podíamos ter tratado nosso corpo físico com desamor e indisciplina, marcamos nosso períspirito com as chagas do nosso desrespeito, provocando marcas que só poderiam ser ajustadas em nova existência física.
Assim a explicação para as vidas sucessivas adquire um valor incontestável, pois que oferece uma solução racional a todos os problemas que, sem ela, permaneceriam insolúveis, diz Gabriel Delanne.
A miséria humana, os delitos, vícios com drogas, álcool e os diversos desregramentos morais nos indicam que urge a necessidade de melhorarmos continuamente, é a reforma íntima. É o esforço contínuo para se tornar mais humano, mais dócil, mais terno. E se tivéssemos que sugerir uma forma para fazer isso, diríamos, aproveite esta vida para viver feliz, não a felicidade da matéria, mas a da humildade, do respeito, do estudo, do trabalho, da bondade, da caridade, do ser útil para o próximo, do amor. Esta é a lógica da reencarnação.
 
Fernando Oliveira

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