quarta-feira, 21 de março de 2012

As Bem-Aventuranças (O Sermão da Montanha)


Queridos irmãos copio aqui São Mateus Capítulo 5 v. 1 a 12, trazendo o "Sermão da montanha". Este humilde seguidor da doutrina espírita procura na sua ótica tecer alguns comentários sobre tão rica passagem, quando Cristo entre nós esteve:
Quando viu a multidão, Jesus subiu ao monte; havendo se sentado, seus discípulos se aproximaram, e ele começou a ensinar-lhes dizendo:
  • Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céu
  • Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados;
  • Bem-aventurados os humildes, pois herdarão a terra;
  • Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados
  • Bem-aventurados aqueles que são misericordiosos, porque eles próprios obterão misericórdia;
  • Bem-aventurados aqueles que têm puro o coração, porque verão a Deus;
  • Bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados filhos de Deus;
  • Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois deles é o reino dos céus;
  • Bem-aventurados sois, quando vos insultarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa;
Meus irmãos, temos aqui uma grande mensagem de esperança e renovação. Como nas leis morais, onde Deus envia os dez mandamentos para Moisés indicando a melhor forma de se comportar na vida e com o próximo, lembrando que amar a DEUS, é amar ao próximo, vem o Divino Mestre Jesus, orientado também por nosso Pai e nos deixa as Bem-aventuranças, como um legado moral e de disciplina a ser seguido.
Não seria portando necessário nós termos que receber esta mensagem se por ventura todos fossemos perfeitos. Mas o que é a perfeição se não seguir aos princípios de amor e bondade tão bem elucidados neste grande legado, apresentado pelo Mestre Amado Jesus;
Em nossa natureza está toda a nossa essência. Se tivermos sentimentos, emoções, estaremos condicionados aos nossos erros. Entretanto, cabe-nos encontrar o equilíbrio na condução destas emoções para evitar afetar de forma danosa não só a nossa vida como também a do nosso próximo.
Fazer o bem sem olhar a quem é a mais pura expressão de amor. Todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se rebaixa será elevado. Muitas vezes seremos testados. Até onde poderemos suportar com humildade o sofrimento? Precisamos aceitar resignadamente as humilhações que passamos, demonstrando para nós mesmos o quanto podemos suportar tamanha degradação. Ser pobre de espírito é ser humilde, é não ter orgulho, nem arrogância. É aceitar toda humilhação que teremos que passar.  Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
Chorar é a expressão que temos sentimentos. Isso é necessário muitas vezes para extravasar as nossas dores, nossas emoções. O homem que chora expõe suas emoções, expõe seus sentimentos e assim sabemos que independente de sua condição ele tem suas fragilidades. É na dor que se conhece o indivíduo que é capaz de se renovar buscando o caminho para solucionar suas aflições. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Ter simplicidade, ser humilde, respeitar ao próximo, ser bondoso e caridoso é uma demonstração de amor e respeito às leis divinas. Estamos aqui para evoluir e neste processo de desenvolvimento está o mais necessitado que precisamos acolher e dar um pouco de nós em benefício dele. Esta bem-aventurança se parece bastante com a da pobreza de espírito e nada mais é que a reafirmação do quanto precisamos melhorar. Bem-aventurados os humildes, pois herdarão a terra. Vejam bem que esta herança não é uma herança material. Nosso orbe está passando por um processo de mudança de prova e expiação para regeneração e só teremos condições de participar deste processo se contribuirmos com nosso amor, nossa humildade.
E neste processo de evolução, de transformação, precisamos ter consciência de nossos erros, nossas falhas e fraquezas morais. Mas também devemos confiar na justiça divina que sempre dará o refrigério para nosso espírito. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Fazer o bem sem olhar a quem e não esperar nada em troca. Pedir e dar o perdão são exemplos de misericórdia. Esta misericórdia que o nosso Pai, com sua compaixão divina, nos oferece. Bem-aventurados aqueles que são misericordiosos, porque eles próprios obterão misericórdia;
Não maldizer ao próximo, independente de suas falhas, de seus erros. Não julgar para não ser julgado. Esta é a essência de um coração puro. Bem-aventurados aqueles que têm puro o coração, porque verão a Deus;
Aceitar com resignação o sofrimento, a dor. Se alguém te bater na tua face direita, vira-te e oferece-lhe também a outra. Aceita com humildade os males que te fazem. Tende paciência, esperando e confiando nos desígnios de Deus. Bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados filhos de Deus.
E nesta busca pelo bem comum, por defender aos injuriados, e desejar verdadeiramente a paz e a felicidade plena na nossa terra, muitas vezes sofremos as maledicências de corações perturbados. Devemos continuar confiando em Deus nosso pai. Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, pois deles é o reino dos céus.

Bem-aventurados sois, quando vos insultarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Para seguir a Deus, o caminho é íngreme, cheio de pedras e trincheiras que temos que superar. É um caminho muitas vezes de muita dor, de muito sofrer, mas logo a frente surge a luz da esperança, da confiança, da certeza de dias melhores onde o amor reina soberano e o nosso mundo estará feliz. A felicidade plena é o destino que todos nós espíritos em processo de transformação e de renovação poderemos alcançar, confiantes na graça Divina de Deus nosso Pai e dos conselhos amigos do Nosso amado Mestre Jesus, seguindo respeitosamente as Bem-aventuranças. Pois sejamos todos esta fonte de luz a guiar nosso caminho e dos espíritos que fazem parte de nossa existência, encarnados e desencarnados. Pois sejamos todos verdadeiramente “Bem-aventurados”.
Material utilizado em palestra realizada no dia 20.03.2012 no Centro Espírita Jesus e Seus Apóstolos-CEJA.

domingo, 18 de março de 2012

O Orgulho e a Humildade

Queridos irmãos, que DEUS nosso pai amado e nosso irmão maior, o Divino mestre Jesus, nos ajude a conduzir com simplicidade o tema de nossa conversa de hoje: “O orgulho e a humildade”.
            Está escrito no Evangelho Segundo o Espiritismo em seu capítulo VII, itens 11 e 12, a abordagem deste tema. Copio este livro com a seguinte mensagem: “O orgulho é o terrível adversário da humildade”.
            Fomos orientados durante toda nossa vida a realizarmos nossas conquistas. Todos de alguma forma almejamos em nossa vida sermos ricos, ter posses, bens materiais, casa, carro, roupas bonitas, joias, dinheiro.
            A nossa sociedade vive envolvida pelo desejo desenfreado do consumismo, junto ao capitalismo.
            Ora meus irmãos! Se eu vos disser que não devemos obter nossos bens estaria talvez sendo incoerente com uma necessidade natural do nosso próprio desenvolvimento. Mas não posso deixar de vos falar que precisamos dos bens dentro de um patamar de razoabilidade, onde o mais importante seria atender às nossas necessidades básicas.
Não estou aqui querendo criar ou destruir dogmas em torno dos nossos anseios pessoais vinculados ao materialismo, mas devo vos alertar que o excesso gera cobiça, cobiça gera conflitos, conflitos gera desamor, desamor gera egoísmo, egoísmo gera o orgulho e o orgulho nos impossibilita de sermos humildes.
Está nas escrituras sagradas: “Bem aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mateus – Cap. V v3)
O que seria então, meus bons irmãos, a pobreza de espírito?
Seria por acaso a pobreza material?
Seria por acaso a abstinência total de nossas conquistas?
Não meus bons irmãos. Observem que mencionei algumas vezes a expressão: “Meus bons irmãos”.
Pobreza de espírito é ser bom. É ser humilde. É olhar com simplicidade para aquele que nos estende as mãos pedindo ajuda, pedindo consolo. É tirar as traves da nossa vista para abdicar sim do nosso orgulho que de nobre nada tem e nos deixa na cegueira completa sem identificar nossas fraquezas, nossas falhas.
Está também no Evangelho Segundo o Espiritismo: “A humildade é uma virtude bem esquecida entre vós; Os grandes exemplos que vos foram dados são bem pouco seguidos e, todavia, sem a humildade, podeis ser caridosos para com o vosso próximo”?
É certo que sem a humildade não enxergamos nenhum dos nossos defeitos e muito menos conseguimos perceber que bem perto de nós tem alguém precisando de um ombro amigo.
É preciso começar por um exame de consciência. Olhar no fundo de nossa alma e identificar que o maior motivo de não sermos humildes é o nosso doente e triste orgulho.
E como consertar o que está com defeito?
Não é como uma máquina que quando dá defeito ou trocamos uma peça ou então decidimos descartar. Estamos falando de gente, de ser humano e aí entra em primeira instância o nosso desejo sincero de mudar. Seria isto o que chamamos de reforma íntima. Um processo contínuo de transformação moral.
Veja que de imediato este peso que está sobre nosso ombro nos dará um leve refrigério. E por nos sentirmos mais aliviados podemos pensar que é suficiente.
Não, não é. Lentamente vá mudando sua forma de pensar, sua forma de agir. Saia da posição de vítima e reconheça que de alguma forma você mesmo está contribuindo para muitos dos problemas que aconteceram ou ainda acontecem em sua vida, seja de ordem material, ou de ordem emocional, quando assim envolve o outro.
E agora o que faço já que percebi que eu não sou detentor da razão?
Agora deixe o orgulho de lado, gerado por nossa vaidade. Faça o que é certo, seja humilde!
Comece pedindo ajuda. Procure DEUS. Faça uma prece. Fale com nosso pai. Permita sentir a presença imediata do seu amigo espiritual, seu anjo guardião. Respire suavemente, encha seus brônquios e pulmões com esta atmosfera de paz e harmonia que emana do universo, criado por ninguém menos que nosso Pai. Relaxe seu corpo e comece a raciocinar.
Quando estamos em conflito a voz da razão some e o que fica é a voz das tribulações. Inquietante e muito desagradável. E a única forma de dissipar esta energia é estar em comunhão com DEUS.
Quando um não quer, dois não brigam. Foi assim que aprendemos em nossa vida. E nem sempre o nosso conflito é com alguém de carne e osso. Às vezes os nossos conflitos são com um amigo do invisível, com um irmão espiritual e que por falhas de nosso passado espiritual nos comprometemos e a única forma de provar a este irmão que realmente mudamos é combatendo nossas fraquezas morais e logicamente exercendo constantemente a humildade.
Se eu tenho amor no coração, eu tenho paz de espírito!
Desta forma eu percebo que posso ser feliz, então está na hora de mudar!
Sejamos todos pobres de espírito, como está no evangelho. Sejamos humildes. E mesmo achando que não deve, peça desculpa, peça perdão a quem você prejudicou.
Tudo começa a mudar. Veja que o sol começa a surgir em sua presença, a iluminar, e assim você começa a perceber que ser humilde faz bem a você e melhor ainda faz bem as pessoas que amamos.
Não para por ai. É um processo contínuo de transformação. Mas como disse o Mestre Jesus: Orai e Vigiai. Ajuda-te e o Céu te ajudará. Pedi e dar-se-vos-á. Por que aquele que pede será atendido.
Mas pedes com fé, confiando no amor incondicional que só o nosso Pai amado DEUS sabe dar.
E como sempre acontece, após uma noite de escuridão, surge um novo dia iluminado, com o sol da esperança, da renovação, da paz, trazendo a felicidade a nos harmonizar. Nós espíritos em processo de prova e expiação neste caminho único a seguir: o da evolução ao encontro de DEUS.
Muita paz!

Fernando Oliveira

Palestra realizada em 17.03.2012 no Grupo Espirita Caminho para o Progresso na Vila Peri.