domingo, 23 de dezembro de 2012

Solidariedade

Lembrando o apóstolo Paulo em sua primeira Epístola aos Coríntios-13: “Sem o amor, eu nada seria”. 
Dentro dos preceitos da doutrina espírita, entendemos que ter amor é fazer o bem sem esperar nada em troca. Fazer o bem é também perceber as mais variadas necessidades do outro, que não se resumem unicamente às materiais. Temos que identificar com a delicadeza dos sentimentos as fragilidades e os diversos aspectos das emoções humanas deixando de lado os paradigmas sociais que nos impõem condições, muitas vezes brutais, nos afastando da nossa essência divina. É Simples:  em uma escuta, aperto de mão ou abraço, podemos servir ao próximo.
Ao avaliarmos o comportamento humano devemos lançar o olhar do espírito, evitando tornarmos insensíveis às dores humanas, sem esquecer o verdadeiro sentido da fraternidade que Jesus Cristo nos ensinou. Ele, nosso Mestre maior, deixou uma cartilha de procedimentos tão modernos quanto os que vemos nas instituições e o seu maior diferencial sempre foi o perdão das ofensas, respeito, gratidão, humildade, caridade e amor, em vez do anseio doentio por conquistas muitas vezes infelizes. 
Qual o verdadeiro sentido da vida? 
Seria apenas nascer, viver, morrer sem evoluir em espírito? 
Devemos passar pela vida sem reconhecer que estamos em processo de transformação contínua? 
O que sentimos quando vemos pelas ruas homens, mulheres e crianças entregues à própria sorte, muitas vezes sem um pedaço de pão para comer ou sem água para beber, ou, mais que isso, sem o afeto de um lar para viver? 
O que diríamos então de muitos velhinhos esquecidos em lares geriátricos ou indigentes desprezados em hospitais reduzidos à condições precárias de higiene e respeito? 
Erramos enquanto sociedade e Cristãos? 
Esquecemos que amar a Deus é amar ao próximo?
Temos que educar nossos sentimentos e nos voltar ao amor e à caridade. Façamos a ruptura do pensamento arcaico onde afirma que cada um tem o que merece! 
Afinal, Deus nos criou para o sofrimento? 
Precisamos deixar brilhar em nós a luz do amor incondicional, um amor indulgente, que promove a paz e a compreensão independente das falhas do outro, pois somos filhos do mesmo Pai.
Enfim, nesta época que nos voltamos a ajudar ao próximo, façamos uma reflexão sobre o que entendemos ser o espírito do Cristão. Que a solidariedade não seja vivenciada somente nos momentos festivos e sim por toda nossa vida com ações contínuas e não esporádicas. 
Como diz Paulo: “Sereis reconhecido pelo perfume da caridade que espalhas em torno de ti – O Evangelho Segundo o Espiritismo”. 
Que a nossa fé não seja apenas praticada nos templos de pedra, mas sim no encontro com os mais necessitados, independente de onde estejam, nas ruas, favelas ou hospitais. O verdadeiro espírito solidário nada mais é que a prática do AMOR. 
Muita Paz!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Maledicências

“Quando a força do bem atua, o mal não existe”.

Jesus em sua infinita bondade trouxe um legado de informações e orientações, como numa cartilha de procedimentos que deveríamos adotar em nosso dia-a-dia.

Falou-nos sobre a humildade, o respeito, a amizade, o trabalho, a caridade e o amor.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, temos em “Bem Aventurados os que têm puro o coração” a pergunta dos fariseus a Jesus sobre o fato dos discípulos não lavarem as mãos quando sentam à mesa para fazer a refeição. E Jesus lembra aos mesmos que devem honrar seu pai e sua mãe, fazendo uma alusão à forma como tratavam seus pais, contradizendo a lei de Deus. Ainda completa dizendo, este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Faz mais uma menção deixando claro sua sabedoria, quando diz: “Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem”.

Aí encontramos uma maledicência, pois estes faziam julgamento das atitudes tomadas pelos discípulos em detrimento dos seus comportamentos nada complacentes com os seus próximos mais próximos que no caso eram seus pais e esqueciam um dos mandamentos de Deus.

Cada atitude, cada ação, cada pensamento é gerador de força que nada mais é que energia. Tudo que gira ao nosso redor são energias e todas as fontes energéticas estão contidas no Fluido Cósmico Universal, onde nós também somos parte.

Tudo no universo é fonte de energia como o ar, o sol, a água, o mar. O homem transmite seu teor energético através, da transpiração, respiração e o pensamento. O nosso pensamento pode se materializar e de acordo com o mesmo, pode gerar situações tão agradáveis quanto infelizes.

Diz Allan Kardek na Revista Espírita do ano de 1967: “Pelo só fato da presença dos encarnados numa assembleia, os fluidos serão bons ou maus. Quem quer que traga consigo pensamentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de animosidade, de cupidez, de falsidade, de hipocrisia, de maledicência, de malevolência, numa só palavra, pensamentos hauridos nas fontes das más paixões, espalha em torno de si eflúvios fluídicos enfermiços, que reage sobre os que cercam. Ao contrário, numa assembleia em que cada um só trouxesse sentimentos de bondade, de caridade, de humildade, de devotamento desinteressado, de benevolência e de amor ao próximo, o ar é impregnado de emanações salubres, em meio às quais se sente viver mais a vontade”.

Diante de fatos não há argumentos! Nosso irmão de Lion deixa claro o quanto precisamos melhorar em atitudes e comportamentos. Esclarece que sendo nós a fonte fluídica geradora das energias que provocamos através dos nossos pensamentos, não podemos esperar a felicidade se pensamos em tristeza, não podemos esperar a saúde se pensamos na doença, não podemos esperar a paz se estamos constantemente em conflito e guerra com o próximo.

Temos uma opção: Ou somos bons ou maus. Certamente que ser maledicente não é a melhor opção, tendo em vista que com o mal a felicidade se afasta; Com o mal não temos saúde nem psíquica, nem física; com o mal os amigos são ausentes, exceto aqueles que são tão sofredores e mal informados quanto os nossos sentimentos doentes.

Pior ainda, é constatar que além dos seres encarnados, podemos nos associar a seres do plano invisível e evidentemente que não serão boas companhias tendo em vista nível vibracional, e que oferecemos para seu contato e a sintonia em pensamentos doentes e enfermiços tão bem explicado por Allan Kardec. De certo que contra estas forças não temos muitas vezes como nos proteger tendo em vista a nossa impossibilidade de muitas vezes não as percebermos de forma muito evidentes, pois as mesmas não são efetivamente materiais, mas que influenciam fortemente sobre nós matéria.

Só há uma forma de combater as maledicências: purificar os nossos pensamentos, mudar a forma de nos comportar.

No Evangelho Segundo o Espiritismo, temos outra prova das maledicências, quando um grupo de homens chega a Jesus com uma mulher afirmando que foi pega e em adultério e lembram a lei mosaica quando sugere que deveria ser apedrejada. Jesus, que se encontrava escrevendo sobre a areia, continua a escrever e levantou-se e afirmou: “Se alguém entre vós não tiver nenhum pecado atire a primeira pedra”. Então todos, um a um começaram a afastar-se e ao final ficou apenas Jesus e a mulher, quando o mestre a perguntou: mulher onde estão os que te acusavam. A mulher respondeu que todos partiram e então Jesus lhe disse: Eu não tenho porque te acusar. Segues e não peques mais.

Então porque julgar, quando nos esquecemos das nossas fraquezas morais? Porque não percebemos que temos muito que contribuir para nossa melhoria e do nosso próximo quando nos disponibilizamos a ajudar ao mais necessitado? Em vez de ser maledicente, porque não ser benevolente?

E dizia Jesus: “Hipócritas! Até quando viverei entre vós?” O que queria dizer o nosso mestre? Não estamos vendo com clareza seu chamado às virtudes? Até quando estaremos nos impedindo de crescer, atrasando nosso processo de evolução espiritual? O que nos falta?

Nos falta o amor, a prática do bem, da humildade, do respeito, da doação irrestrita.

Falta-nos refletir sobre nossos comportamentos e dar apenas o primeiro passo, num processo de melhoria contínua, deixando morrer o homem velho e fazendo nascer o homem novo em simplicidade, em generosidade, em CARIDADE FILIAL.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A lógica da reencarnação




Começamos definindo o termo reencarnação.
Segundo Jose Carlos Leal, no livro Reencarnação Passo a Passo, a palavra reencarnação é um conjunto de elementos mórficos onde o RE que é um prefixo, indica repetição, o EM representa o movimento para dentro como a palavra infiltrar, o CARNA ou CARNE é um radical que significa corpo e palavra AÇÃO é outro sufixo formador de substantivos que aparece em atenção, formação ou atuação. Por fim, ele define reencarnação como o ato de um espírito desencarnado assumir um corpo físico, ou seja, nascer de novo.
Que fique claro, do ponto de vista genético, para alguém nascer é necessário antes a fecundação, o desenvolvimento do feto para por fim o nascimento. Naturalmente que este ser que terá uma alma ou espírito.
E por que o espiritismo defende a reencarnação?
Está na bíblia, em São Mateus capítulo 28 a passagem da ressureição de Jesus Cristo. Quando Maria Madalena vai visitar seu túmulo e vê um anjo que lhe informa sobre a ressureição previamente anunciada pelo Mestre Jesus.
Também encontramos em São Mateus, capítulo 16, versículos 13 a 17 a revelação da divindade de Jesus e sua missão aos discípulos, quando Simão Pedro lhe afirma, depois de questionado por Jesus: “Tu és o Cristo filho de Deus vivo”. No Capítulo 17, versículos 10 a 13, os discípulos lhe perguntam por Elias da seguinte forma: Por que os escribas afirmam que Elias venha primeiro? E Jesus lhes responde: Na verdade Elias vem e restaurará todas as coisas; digo-vos, porém, que Elias já veio e eles não o reconheceram. Fazendo assim uma menção a João Batista.
Diante destes fatos, não temos como contestar a reencarnação. Como explicar verdadeiros prodígios da sabedoria humana, como Mozart que aos seis anos de idade já compunha suas obras clássicas, nos dando o prazer da música erudita. Crianças com saber incríveis que somente um adulto teria capacidade de demonstrá-los.
No Livro dos Espíritos, encontramos a seguinte colocação: “Certas pessoas repelem a ideia da reencarnação por motivos apenas da sua conveniência, dizendo acharem bastante uma só existência e que não gostariam de recomeçar outra semelhante”.
Isto nos faz refletir sobre qual a finalidade da reencarnação. Divaldo Pereira Franco, em entrevista ao programa Transição, diz que a grande finalidade da reencarnação é o desenvolvimento intelecto-moral do homem.
Também no Livro dos espíritos, encontramos explicações sobre as Leis Morais, entre elas Leis Natural, do Trabalho, de Conservação, de Destruição, de Justiça, Amor e Caridade, entre outras. É um conjunto de orientações dos espíritos nos explicando que estamos em processo de evolução e temos que nos comportar adequadamente perante estas leis divinas, na condução da existência atual.
A reencarnação tem também a finalidade da nossa reeducação. Mas por que devemos nos reeducar?
Temos que compreender alguns fatos no processo da reencarnação. É certo que reconhecendo esta possibilidade, das vidas sucessivas, aceitamos que tivemos outras vidas.
Como a tivemos se não nos lembramos de nada ocorrido nelas? Qual a finalidade de não termos estas lembranças?
As lembranças são esquecidas graças à generosidade de Deus para evitar perturbações psíquicas e também não comprometer o processo de desenvolvimento da missão por nós assumida neste processo de evolução do espírito. Temos que entender que em outras vidas, certamente nos relacionamos com outros espíritos e por possíveis distúrbios e indisciplinas morais podíamos ter contraído dívidas com os mesmos. Em toda relação estamos expostos aos nossos comportamentos e atitudes, e nem sempre somos coerentes. Nestes momentos podemos agir de forma nada adequada, que nos fazem entrar em conflito com o próximo, podendo por um acesso das nossas emoções, provocar muita dor e sofrimento para a vida do próximo e precisamos de alguma corrigir estes fatos. Se em uma vida não conseguirmos fazer isso? Aí está uma grande oportunidade, que através da reencarnação, virmos com a missão de melhorar e ajudar aos seres que se reencontram conosco visando nosso amadurecimento e deles também.
Entender a nossa vida como uma oportunidade de crescimento e os valores do bem, do amor e da caridade, esta é uma grande proposta da reencarnação.
Gabriel Delanne, no livro Reencarnação, procura comprovar cientificamente o processo das vidas sucessivas. Na sua conclusão final nos diz o seguinte: “O estudo das comunicações espíritas provou-nos, de maneira irrefutável, que a situação da alma, depois da morte, é regida por uma lei de justiça infalível, segundo a qual os seres se encontram em condições de existência, que são rigorosamente determinadas por seu grau evolutivo e pelos esforços que faz para melhorar”.
Diz mais: “A lei moral impõe sanções inelutáveis àqueles que a violaram”.
Estamos aqui falando da Lei de Ação e Reação ou Lei de Causa e Efeito. Esta lei diz que toda a ação provocada em benefício ou em sentido contrário para alguém deverá nos retornar na mesma proporção de sentimento. Em outras palavras significa que não podemos esperar do próximo uma atitude de carinho se a damos desamor. O bem é sempre o bem e o mal nos trará consequências terríveis para nossas existências anterior, atual ou para as seguintes, se tivermos oportunidade. E porque não dizer que o mal que causamos a outrem nos traz a necessidade de ajuste e renovação na vida atual. Devemos nos esforçar para fazer o bem independente das dificuldades que tivermos que enfrentar.
Visualizando a Lei de Causa e Efeito, podemos compreender as desigualdades sociais e também algumas deficiências físicas que alguns irmãos trazem em seu corpo, em seus membros ou mente.
Considerando que em vidas passadas podíamos ter tratado nosso corpo físico com desamor e indisciplina, marcamos nosso períspirito com as chagas do nosso desrespeito, provocando marcas que só poderiam ser ajustadas em nova existência física.
Assim a explicação para as vidas sucessivas adquire um valor incontestável, pois que oferece uma solução racional a todos os problemas que, sem ela, permaneceriam insolúveis, diz Gabriel Delanne.
A miséria humana, os delitos, vícios com drogas, álcool e os diversos desregramentos morais nos indicam que urge a necessidade de melhorarmos continuamente, é a reforma íntima. É o esforço contínuo para se tornar mais humano, mais dócil, mais terno. E se tivéssemos que sugerir uma forma para fazer isso, diríamos, aproveite esta vida para viver feliz, não a felicidade da matéria, mas a da humildade, do respeito, do estudo, do trabalho, da bondade, da caridade, do ser útil para o próximo, do amor. Esta é a lógica da reencarnação.
 
Fernando Oliveira

terça-feira, 17 de julho de 2012

Necessidade da Caridade segundo São Paulo



Ainda quando eu falasse todas as línguas dos homens e a língua dos próprios anjos, se eu não tiver caridade, serei como o bronze que soa e um címbalo que retine; – ainda quando tivesse o dom de profecia, que penetrasse todos os mistérios, e tivesse perfeita ciência de todas as coisas; ainda quando tivesse toda a fé possível, até ao ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, nada sou. – E, quando houvesse distribuído os meus bens para alimentar os pobres e houvesse entregado meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, tudo isso de nada me serviria.
A caridade é paciente; é branda e benfazeja; a caridade não é invejosa; não é temerária, nem precipitada; não se enche de orgulho; – não é desdenhosa; não cuida de seus interesses; não se agasta, nem se azeda com coisa alguma; não suspeita mal; não se rejubila com a injustiça, mas se rejubila com a verdade; tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo sofre. 
Agora, estas três virtudes: a fé, a esperança e a caridade permanecem; mas, dentre elas, a mais excelente é a caridade (S. PAULO, 1ª Epístola aos Coríntios, 13:1 a 7 e 13.)
Meus irmãos o próprio Paulo de Tarso nos diz em outro texto do evangelho segundo o Espiritismo que “fora da Caridade não há salvação”. Diz ainda: sereis reconhecidos pelo perfume da caridade que espalhas em torno de ti.

Sendo a caridade paciente, benfazeja. Não sendo invejosa, nem desdenhosa e não fazendo sentir-se orgulho, a caridade é a máxima expressão dos bons sentimentos e faz o ser brilhar como um sol que espanta a escuridão da noite da vida de quem mais precisa de ajuda.

Neste texto do Apóstolo dos Gentios, ele faz uma alusão com a expressão “címbalo que retine” que seria o mesmo que dizer: apenas faria um grande barulho e nada mais que isso. Com isso estaria o irmão nos dando a conhecer que fazer caridade é a prática constante do bem. E que fé sem ação não é fé, é apenas uma crença inútil.

A caridade pode ser expressa de outra forma, diz outro espírito, a Irmã Rosália. Através do amor ao próximo. Que não se pode imaginar o efeito que a verdadeira caridade, àquela que feita sem nada desejar em troca, pode trazer ao espírito que a pratica com grandes benefícios e felicidade plena.

Eu lhes afirmo que a caridade torna-se um divisor de águas na vida do espírito que se propõe a praticá-la. É como na Parábola do Grande Banquete, onde Jesus nos afirma que ao darmos um festim convidemos os estropiados, os pobres, aleijados, mancos e cegos. Pois assim estaremos abrindo um espaço para desfrutarmos da felicidade do reino dos Céus. Que ao apresentarmos ao senhor, Ele mesmo nos convide a sentarmos do seu lado direito na condição de servos do bem.

Podemos sim praticar a caridade não só material como espiritualmente. Podemos fazer a caridade através de uma simples prece em rogativa por alguém que esteja passando por uma aflição. Fazê-la dando nossos ouvidos a escutar o sofrimento alheio, oferecendo um conselho sem julgamentos, e também dando um pão para matar a fome de quem está em carência material.

A Caridade é “benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias e perdão das ofensas”. Ter benevolência é praticar o bem com boa vontade, ser indulgente é ser tolerante, ter clemência e perdoar é uma necessidade própria do espírito para libertar-se dos males que lhe assolam.

A Caridade poderia ser confundida assim com a palavra Amor. Pois o próprio Jesus assim o dizia: “Amai ao próximo como a si mesmo”. Fazer caridade é praticar o bem, mesmo que este bem jamais seja reconhecido. Diz Allan Kardec, no Livro Obras Póstumas, que assim entende a caridade Cristã: “Compreendo uma religião que nos prescreve retribuamos o mal com o bem e, com mais forte razão, que retribuamos o bem com o bem. Nunca, entretanto, compreenderia a que nos prescrevesse que paguemos o mal com o mal.”

A Caridade é a ação do bem contra o mal. Pois sendo os oponentes do bem, malfeitores que inviabilizam a ação dos corações bons, estes se sentem tocados com a verdade que emana do coração que a pratica ao ponto de ser beneficiado e assim se tornado um parceiro da ação benfazeja.

Em todas as instâncias praticar a caridade faz feliz o coração de quem a pratica onde este se torna fonte de luz a invadir as trevas do preconceito, da maldade, do desamor, da arrogância, do ódio, do orgulho e do egoísmo. É a humildade, a benevolência suplantando todos os sentimentos contrários a caridade, vencendo as barreiras do sofrimento e da dor.

Digo-vos irmãos que a pratica da caridade é necessária como uma ação contínua a transformar os corações tanto de quem a pratica como também de quem dela se beneficia.

Poderíamos elencar uma grande lista de benfeitores que se dedicaram a prática da caridade, mas aqui abro um espaço especial para “VOCÊ” o agente do bem que trabalha em prol dos necessitados. Que neste contexto você encontre suas ações, sua bondade, seu amor incondicional, seu respeito, sua humildade. Que em cada tempo disponível, onde você poderia estar desfrutando do descanso merecido, está você trabalhando voluntariamente para diminuir o sofrimento, a solidão, a tristeza e o preconceito alheio. Que sem se preocupar com o que possam pensar sobre suas ações, demandas todas as suas forças para trazer a alegria, a paz, o bem estar ao próximo. Que tiras a fome da barriga vazia que passa dias sem alimento, que limpa a ferida daquele que está macerado. Que está a serviço da verdadeira Caridade.

Que Deus, nosso Pai, nos abençoe por toda a caridade que praticarmos pelo próximo!

Fernando Oliveira

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Expiações Coletivas



Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei. – Allan Kardec

Esta frase traz grade reflexão sobre o processo das múltiplas existências, deixando claro que a reencarnação é um ciclo natural vinculado ao desenvolvimento do espírito.
O espírito que por um sopro divino é criado simples e ignorante. Simples porque esta é a melhor definição para a natureza espiritual e ignorante pelo fato de que em sendo criado, não tem as marcas das existências que vai definindo sua formação psico-moral.
Diante deste exposto damos inicio a nossa palestra com o tema “Expiações Coletivas”.
Procurei atualizar meus conhecimentos sobre esta temática, tendo em vista a sua grande complexidade.  Das publicações que pesquisei temos “Obras Póstumas” – Capitulo 40 – Allan Kardec, Transição Planetária do espírito Manoel Philomeno de Miranda / Divaldo Campos, Planeta Terra em Transição do espírito Ismael / Izonildo Rezende, Cartas e Crônicas do espírito Humberto de Campos e Somos Seis – Espíritos Diversos / Chico Xavier.
Conta-nos o Irmão Manoel Philomeno, em seu livro Transição Planetária, que no plano espiritual surge o alerta para uma terrível catástrofe que aconteceria nas águas do oceano índico. Era um tsunami que iria devastar a Índia, vitimando milhares de pessoas não só daquela região, mas de todos os lugares do mundo que ali se encontravam em passeio. Mas este passeio parecia diferente, pois alguns dos visitantes e moradores desta região usavam de desregramentos morais comprometendo a felicidade de muitas crianças e jovens infelizes por tais situações. E ali as equipes espirituais se encontravam em caravanas, desdobrando-se em amor, dando o apoio necessário para estas vítimas, algumas inconscientes de seu desencarne, outros se unindo por seu teor vibratório aos seus comparsas espirituais para continuarem criando novas vítimas de suas perversões.
Em Cartas e Crônicas o Irmão X, nos trás a mensagem “Tragédia no circo”. Ali o CONCILIUM de Lyon regurgitava em meio aos desmandos dos líderes governantes da época. E em honra a Lucio Galo, proeminente guerreiro, que estava por visitar estas regiões, decide nos seus desvarios, como ato comum, sacrificar mil crianças e mulheres cristãs. Não deveriam ser entregues aos leões trazidos das terras africanas, pois os mesmos estavam cansados, deveriam atear fogo nestes seguidores do Cristo, mal entendidos na época. Mas a providência divina, a bem da lei de causa e efeito, quando em nova romagem, dos espíritos que decidiram tal atrocidade, cobertos pelo véu do esquecimento, no Brasil, Rio de Janeiro, na Cidade de Niterói, reúnem-se novamente todos, para dolorosa expiação, a 17 de dezembro de 1961, em incêndio onde desencarnam em comovedora tragédia também.
No Livro Planeta Terra em Transição do irmão Ismael, muitos relatos sobre mortes coletivas, a primeira e a segunda guerra mundial, os tremores de terra no México, no Haiti, os Tsunamis na Índia e no Japão, as catástrofes no Brasil. São muitos eventos naturais que devastando a terra, levando em massa muitos homens e mulheres, que dentro dos diversos níveis de compromissos assumidos através das encarnações sucessivas, os espíritos afins se reencontram para também expiar.
Também podemos citar aqui no ano de 1974 o terrível incêndio do Edifício Joelma na Cidade de São Paulo, através da psicografia de Chico Xavier com os relatos de diversos espíritos.
Posso certamente mencionar o acidente das Torres Gêmeas, World Trade Center, nos Estados Unidos. Destruídas em 11 de Setembro de 2001, com o choque de dois Boeing 767, a mando do Al-Qaeda, onde ali morreram 2750 pessoas. E outros tantos incidentes que aconteceram durante estes vários anos.
Há que se entenderem tais eventos. As guerras mundiais por efeito da ambição, o desejo desenfreado pelo poder, o egoísmo, a arrogância são alguns dos vilões que provocaram a decisão das lutas seguidas nestes períodos de penumbra, dor e sofrimento.
Muitos soldados inocentes que ali lutavam por um ideal nada compartilhado por seus desejos, além de servirem a sua pátria amada. Muitos pais, mães a perderem seus filhos favorecendo aos descontroles da maldade humana.
Espíritos endurecidos na busca insensata pelo poder, faziam seus compatriotas se digladiar por ambição e desrespeito a vida, decidindo como deuses que podiam matar a quem desejassem.
Aí vem um espírito amargurado, que defende um ideal desmensurado querendo criar uma raça pura, onde o impuro era seu sentimento nazista. Hitler enlouquecido, decide através de seus médicos inconsequentes fazer experiências, decepando, extirpando órgãos, misturando cabeça de um corpo no membro de outro, misturando a vitalidade de um à morte de outro. Para ele sua loucura era seu ideal. Ali estava um espírito de rico saber desviando este valor para a infelicidade de muitos. Os Judeus, aos milhares, deveriam ser sacrificados em caldeiras, e as demais vidas, seja de onde for, seriam também destruídas.
Àqueles seguidores do Hitler seriam reunidos em novas localidades para fim de expiação. Alguns reencanariam no continente africano. Ali onde a miséria, associada ao sofrimento, em penúria e muitos males da saúde faz qualquer ser aprender os valores da vida.
Outros se encontrariam nos locais vitimados pelos mais diversos eventos da natureza. A natureza que grita pelos tratos inadequados que estamos dando a ela. O meio ambiente sofre nossas indisciplinas e destrato. Daí as catástrofes, Tsunamis, terremotos, vulcões em erupção, furações, maremotos, enchentes por chuvas, fora os incidentes que por um lapso de um ser qualquer leva muitos a morrerem com as diversas quedas de aviões, de terríveis desastres nas estradas onde dezenas, centenas de pessoas se vitimaram também.
Outro espírito perturbado, como Bin Laden, assume a responsabilidade de destruir as Torres Gêmeas, sem compreender que toda ação gera uma reação e de acordo com despreparo do algoz e sua vítima as consequências podem ser as piores possíveis, onde deste ato doentio sugiram novas guerras e novas vítimas do desamor.
É a lei de Causa e Efeito.
Todo ato gerado no ontem será cobrado no hoje ou no amanhã. E se nesta vida não assumirmos nova postura sobre nossas ações, muito provavelmente, retornaremos em novo corpo, mas com as lembranças guardadas no recôncavo do nosso espírito, certos de que não fugiremos da paga de nossos erros. Deus infinito em bondade ainda nos permite através do amor e do perdão consertar os erros do passado, através do reencontro em nosso laço familiar, com as nossas vítimas, para liquidar tais dívidas comprometidas.
Ocorre-me também a morte do mestre amado Jesus de Nazaré, que também sofreu pela inveja, a ambição e a busca do poder de todos aqueles espíritos envolvidos neste drama levaram o Santo homem a caminhar em seu calvário, carregando a Cruz dos nossos pecados, sendo apedrejado, até o sacrifício final apregoando-o nesta mesma cruz. Jesus Divino em sua santidade não se importou com seus algozes, apenas os perdoou, onde perto de sua morte falou: “Pai perdoai-lhes, eles não sabem o que fazem”. Ele nos deixou suas lições de amor, de respeito, de benevolência, de caridade, de perdão.
O nosso planeta está passando por um processo de transformação, saindo da condição de provas e expiação para regeneração, e só alcançaremos esta plena regeneração quando todos mudarem em atitudes, em comportamento, em pensamentos. Quando todos descobrirmos que é através do amor, da caridade e do respeito ao próximo que poderemos alcançar a plenitude em espírito.
O que nos falta queridos irmãos para compreender que as expiações coletivas só cessarão quando emanarmos para o cosmos nossas vibrações de amor e paz?
Temos que nos desenvolver em espírito, mas em saber, em moral, em humildade.
Façamos como Jesus nos ensinou, amemos ao próximo, amemos aos nossos inimigos, perdoando-os por suas ofensas. Retiremos as máculas de nossos corações.
Trago-vos para finalizar um trecho do Livro Obras Póstumas de Allan Kardec, em mensagem do espírito “Cléia Duplantier”: “A solidariedade, portanto, que é o verdadeiro laço social, não o é apenas para o presente: estende-se ao passado e ao futuro, pois que as mesmas individualidades se reuniram, reúnem e reunirão, para subir juntas a escala do progresso, auxiliando-se mutuamente. Eis ai o que o Espiritsmo faz compreensível, por meio da equitativa lei da reencarnação e da continuidade das relações entre os mesmos seres.”

Muita paz!

Palestra realizada em 04.07.2012 no Grupo Espírita Trabalhadores de Jesus


Fernando Oliveira.

domingo, 17 de junho de 2012

Conflitos Familiares


Meus irmãos que as bênçãos de Deus estejam conosco.

Gostaria de iniciar esta palestra falando um pouco sobre a família e seu papel na sociedade.
Tive, em meio às minhas pesquisas, a felicidade de localizar uma bela obra do Divaldo Pereira Franco, denominada Constelação Familiar, de autoria de sua mentora espiritual Joanna de Ângelis. Em 30 tópicos que vão dos primeiros passos do nascituro até seu desfecho com a definição plena do que classifica como Constelação Familiar, este nobre espírito, com tônica terapêutica, esclarece o papel da família na sociedade. Diz no seu prólogo que no pequeno grupo doméstico inicia-se a experiência da fraternidade universal, ensaiando-se os passos para os nobres cometimentos em favor da construção da sociedade equilibrada.
Vejam que a nobre irmã sugere de imediato um fator preponderante para o desenvolvimento psicossocial, utilizando a expressão equilíbrio.
A família, diz ainda Joanna de Ângelis, é a celular mestre da sociedade, pois é na família onde aprendemos a nos preparar para a convivência em grupo. É na família onde conhecemos os princípios básicos da convivência em sociedade. Na família onde é construída a personalidade do ser humano.
Neste contexto, podemos afirmar que sendo a família o resultado da união de duas pessoas para, unidos pelo amor, este sentimento fraterno e sincero, dar-se início a concepção de uma prole, de onde surgirão novos seres para aprender o verdadeiro significado da vida.
Sendo assim, a estrutura basilar da família são os pais, que tem plena e total responsabilidade sobre seus filhos e por consequência o dever de criá-los dignamente. Não basta apenas colocar no mundo. Tem que orientar, alimentar, vestir, educar, exemplificar.
Somos todos espíritos que participamos de um processo de desenvolvimento. E na condição de espíritos, somos convidados por Deus para assumirmos algumas responsabilidades, visando nosso crescimento e adequação às leis divinas. Neste cometimento, somos convocados a receber em nossos elos familiares alguns espíritos já conhecidos, alguns com muita necessidade da nossa guarda e proteção e outros nem tanto.
Precisamos ter consciência desta responsabilidade que assumimos e, portanto nos fortalecer através da fé. Resguardarmos de quaisquer sentimentos contrários ao amor, à bondade e à paciência.
Daí a explicação perene de algumas animosidades em família.
Se tivermos consciência da importância que os laços familiares, que nos uniram, têm sobre nossas existências, com o nosso desenvolvimento e amadurecimento espiritual, por quais razões então não conseguimos nos resignar e nos fortalecer pelo maior sentimento que deve nos unir: O AMOR?
O conjunto familiar é constituído por vários componentes: pai, mãe, filhos, irmãos, avós, primos, tios. Todos com sua parcela de contribuição e responsabilidade para a manutenção deste equilíbrio tão bem elucidado por Joanna de Ângelis. E muitas vezes alguns destes espíritos estão se reencontrando em processo expiatório, em processo de corrigendas de vidas pregressas e isso pode, mesmo que inconscientemente, reacender as chamas de conflitos e problemas não solucionados.
Parece difícil compreender com simplicidade tudo isso, mas então analisemos as causas dos conflitos.
É possível que numa família tenhamos pessoas com comportamentos e atitudes adversas e que independente da formação educacional que cada um recebeu, através da imprescindível orientação dos pais, sua forma de se relacionar seja discrepante. E qual explicação para isso? Simples, somos espíritos e uma vez espíritos, somos únicos e temos nossa própria natureza.
Do ponto de vista espiritual, trazemos em nosso períspirito as lembranças das nossas vidas passadas e daí a justificativa de muitas variações de comportamentos e, por conseguinte, os conflitos entre os familiares.
Alguns espíritos trazem, mesmo que inconscientemente, as recordações dos diversos desregramentos que tiveram em outras vidas. E tentando recuperar o tempo perdido busca em nova encarnação restituir as dívidas contraídas para com o próximo. Evidentemente que nem todo espírito reencarnado está devidamente preparado para os devidos ajustes. Muitos por fraqueza permitem a associação de outros seres do plano espiritual, oferendo sintonia, permitindo que influenciem sobre suas atitudes e comportamentos provocando os diversos distúrbios emocionais.
Com isso, encontraremos pessoas que se deixam levar pelos prazeres equivocados das drogas, do álcool, do sexo desregrado. Aumentando assim o seu compromisso com seu ajuste moral.
É necessário que a base familiar esteja muito bem preparada para suportar os diversos dramas que estarão expostos.
A única forma mais salutar de amenizar os conflitos familiares será sempre através do diálogo e do amor. Não fugindo às vezes de algumas terapias complementares, que não devem ser descartadas, entre um acompanhamento psicológico e a espiritualização do ser.
Diz ainda Joanna de Ângelis, no livro Constelação Familiar, que o exercício do evangelho no lar é uma tônica importante para além de aproximar os espíritos, desenvolver o equilíbrio de todos os membros da família. Complementa que um encontro semanal para o estudo de evangelho, associado a uma conversação simples em torno dos problemas e conflitos familiares, as dificuldades de relacionamentos, enseja em saudável oportunidade para o bom desenvolvimento ético-moral, dirimindo incompreensões e solucionando problemas.
Mas para tanto, como bem mencionei no começo, a boa família começa com os bons exemplos dos pais, associados aos comportamentos de outros membros que tem importância tanto e quanto na estrutura familiar que sãos os avós e os tios. Claro que é descartável falar que estes últimos não podem sob-hipótese alguma, desrespeitar ou desabonar as decisões que os pais tomam sobre seus filhos e sim aconselhá-los e orientar quando percebido o caminho tortuoso tomado.
Numa sociedade onde tudo é possível, tudo é aceitável, os princípios éticos-morais e religiosos são essenciais e os pais devem ter um canal livre de acesso aos filhos, construindo suas personalidades de forma racional e coerente. Desde a concepção do filho, à construção de sua personalidade, à orientação sexual, ao conhecer de suas amizades, ao bom relacionamento com a vizinhança e a inserção do filho na sociedade como um todo, é importante também que tenha abertura para falar sobre assuntos como drogas e alcoolismo e seus riscos e por fim na fase adulta mantendo a aproximação sempre orientando e amando incondicionalmente. Conduzindo a educação desta forma, dificilmente os filhos serão vis à sociedade e muito menos haverá indícios de problemas no relacionamento familiar.
A fé, mais que boa conselheira, é formadora de confiança e fortalecimento para o enfrentamento dos diversos problemas que uma sociedade desregrada oferece ao ser humano.
É pela afinidade de pensamentos, de comportamentos, de atitudes que o espirito se fortalece, em especial quando na família encontra todos estes aparatos.
Vejamos um trecho do Evangelho Segundo o Espiritismo, que esclarece definitivamente esta questão: “Não rejeiteis, pois, a criança de berço que repele sua mãe, nem aquele que vos paga com ingratidão; Não é o acaso que o fez assim e que vo-lo deu”.

Isso tudo nos faz refletir que o papel dos pais da concepção até o desencarne é contínuo e cada traço, cada comportamento, cada acerto, cada erro, não são apenas responsabilidades do espírito que o comete e sim também dos pais, pois de acordo com a forma como os educou este será fruto de uma condução positiva ou mal sã refletindo no seu relacionamento com o grupo social ao qual pertence.

Para finalizar, peço permissão para aconselhar: cuidem de seus pares, cuide-se de si mesmo e daqueles que necessitam de sua guarida, de seu apoio, de sua compreensão, de sua orientação. Reflitam sobre os caminhos que seguiram, consertem os desvios, refaçam se necessário o caminho de volta para seguir uma nova trilha para sua ascensão e dos espíritos que se associaram a você, neste processo de resgate destinado a plenitude e purificação do espírito.

Muita paz!

Fernando Oliveira