quarta-feira, 2 de outubro de 2019

KARDEC NA MAIS PURA ESSÊNCIA – Livro Viagem espírita em 1862


Queridos irmãos, abaixo tomo a liberdade de fazer uma crônica sobre o Livro Viagem espírita em 1862, tradução de Evandro Noleto Bezerra, publicado pela FEB. Peço desculpas ao tradutor, à editora e aos queridos leitores se aqui provocar algum excesso, mas usando do princípio da liberdade de expressão, apenas pretendo expor minhas impressões, com total humildade, contando com vossa compaixão e compreensão, mas na expectativa de receber vosso acolhimento fraternal. Segue:

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Estudando esta obra, Viagem Espírita em 1862, encontrei um Kardec com na sua mais pura essência.
Vi um Kardec preocupado. Um Kardec cuidadoso. Um Kardec sensível. Vi o senhor Hypollite Léon Denizard Rivail criterioso.
Vejo um homem que dedicou sua vida a cuidar das pessoas. Um Kardec preocupado com as pessoas, mas acima de tudo se preocupando com o futuro da humanidade, com o futuro do espiritismo. Um homem que queria um espiritismo limpo, desde sua concepção. Um espiritismo que não sofresse mudanças nos seus postulados, um espiritismo correto, diante da responsabilidade que lhe foi incumbida por Deus e Jesus, vislumbrando um horizonte que alcançasse os homens, mesmo compreendendo as limitações da humanidade, evidentemente.
Vejo um Kardec que queria estar perto das pessoas, indo sem medir esforços para os lugares mais distantes da França, sobrepondo suas necessidades intimas, desejando que o espiritismo fosse um patrimônio de todos, não apenas do seu pais natal pois sabia que o espiritismo não estava legado a apenas um país. O espiritismo é uma dádiva para a humanidade. Ele previu o futuro. Enxergou além do seu tempo. Viu além das suas cercanias.
Entendeu que o espiritismo era o divisor de águas para todas as concepções religiosas, porque compreendeu que o espiritismo poderia sim trazer, dar as respostas para tudo que a humanidade não encontrava em outras doutrinas ou filosofias religiosas. Principalmente porque, devido sua natureza criteriosa, aspecto que definia sua personalidade, sua formação acadêmica, compreendeu que a humanidade precisava de respostas. E desta forma percebeu que esta Doutrina, a Doutrina Espírita, tornava-se então o Consolador Prometido, o Consolador prometido por Jesus, dando-nos a certeza de um futuro, deixando-nos confortados. Mas como compreender este futuro? Acredito que Kardec pensou: será que nós, a humanidade, por desconhecimento poderíamos desvirtuar aos princípios básicos, essenciais da Doutrina Espírita?
Kardec também teve um cuidado especial com as crianças, relatando que a criança bem orientada, educada nos preceitos da Doutrina espírita, tornar-se-ia um jovem, um adulto, mais consciente, disciplinado, educado, coerente com os princípios de amor, divisando o equilíbrio psíquico, moral, intelectual e principalmente espiritual.
Preocupou-se também com os médiuns, pois observou que alguns médiuns passaram a ter condutas lamentáveis a cerca da mediunidade, alienados, considerando-se importantes com fato de, em alguns casos, perceberem a presença de espíritos de moral superior, suscitando neles vaidade, fazendo-os se sentirem mais importantes diante de outros irmãos de caminhada, desviando-se de princípios importantíssimos, como a humildade, o amor e a compaixão, esquecendo os ensinamentos de Jesus. Pois bem, meus irmãos, sabemos que a mediunidade é uma oportunidade que Deus nos para nossa redenção, nossa transformação moral, nosso equilíbrio espiritual, e ainda assim muitos ainda não compreendem.
Viu que em alguns casos os médiuns desviaram a proposta verdadeira da mediunidade, ostentando, usando-a como mercadoria ou como oportunidade para sua autopromoção, aproveitando-se dela para benefícios pessoais, materiais, corrompendo a sua proposta de elevação moral. Fato este, que decerto não nos surpreende, pois vezes nos deparamos com casos semelhantes, mesmo passados mais de 150 anos do surgimento do espiritismo.
É evidente que tudo isso afeta a ética, configura um risco grande para o espiritismo, sem excluir o prejuízo moral para a própria pessoa, prejudica ainda a imagem da Doutrina, além do que, tais condutas representam um desserviço ao Espiritismo.
Kardec não dispensou de nenhum cuidado, se esmerava em detalhes para evitar situações como estas. Sempre primou pela qualidade e a excelência em tudo que fez.
Compreendi e aumentei minhas convicções do quão sério é o espiritismo!
Seriedade esta configurada com a riqueza dos detalhes e o esmero na composição da codificação. Seriedade transcrita em cada relato das viagens por ele realizadas. Cada observação, cada informação, cada aprendizado (sim aprendizado), pois Kardec não se eximiu em nenhum momento de colher nestas viagens novas informações, novas lições sobre os espíritos, as comunicações, suas condutas, suas experiências, capturadas a partir de documentos, correspondências, psicografias a ele repassadas pelos companheiros espíritas das cidades por onde passou.
Compreendi como a codificação é importante, pois o irmão Lionês demonstrou através de seus relatos toda seriedade adotada para elaboração destes do que adiante comporiam adendos para as obras da codificação, para as diversas revistas espíritas, com o critério e a sensibilidade do professor, pedagogo e cientista. De alguém que tinha responsabilidade sobre tudo que escrevia, pois via no espiritismo algo que poderia contribuir para a melhoria da humanidade, dando informes de como poderíamos envidar a nossa transformação moral.
Vi em Kardec um homem que demonstrava um especial cuidado social, pois é claro que o espiritismo tem um aspecto social. É claro que Kardec nunca se envolveu com as questões políticas, pois esta não era e não é a proposta do espiritismo. Se a conduta do homem, melhorada através da vivência espírita, reflete positivamente sobre a convivência social, este reflexo abrange então todas as camadas sociológicas, fato este que é positivo ao Espiritismo, mas nunca se exprime como conduta política. O espiritismo é uma Doutrina educadora, orientadora, transformadora, e aqui é apenas este pensamento e tradução do Kardec que trazemos e refletimos.
Um Kardec que faz toda diferença em nossas vidas. O Kardec que para os que já se afirmam espíritas, não pode ser novo, digo isso partindo do pressuposto que até este ponto casa um que assim se afirma já tenha lido e estudado as obras básicas do espiritismo, pois é através do profundo conhecimento da codificação que podemos compreender todo código moral nos traz e muito disso é reflexo da competência e trabalho de excelência do professor descendente da escola de Pestalozzi.
Precisamos estudar! Precisamos evoluir moralmente! Precisamos nos transformar! Precisamos nos educar! Nos disciplinar!
Precisamos nos entregar! Sim, nos entregar! Porque vejo um Kardec que se entregou de corpo e alma ao Espiritismo. Abriu mão da sua vida, abdicou do seu trabalho, se entregou de forma incondicional ao Espiritismo. E isso é algo esperado para cada um de nós, assumidos como espíritas!
Não podemos mais agir como simples passageiros que faz uma viagem já com a estação de parada predefinida. porque o Espiritismo é apenas uma ponte para algo muito maior que nós. O Espiritismo nos mostra que a ultima estação onde iremos chegar é a FELICIDADE FUTURA. Então nessa existência se encontramos o Espiritismo, não o deixemos, fiquemos nele!
Fiquemos com profundidade! Fiquemos de corpo e alma e espírito! Fiquemos de coração! Assim como o fez Kardec! Assim como está anunciado no Evangelho de Jesus através dos mandamentos: “Amareis o Senhor teu Deus de todo o teu Espírito, de toda a tua Alma e de todo o teu Coração” e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Ai está essência do evangelho de Jesus. E não é sem propósito que o Espírito Verdade vem nos anunciar o Espiritismo, acendendo em nós a chamo do amor por esta doutrina.
Amemos o Espiritismo também! Amemos de forma profunda, eficaz, eficiente. De forma responsável, consciente, porque nós não podemos levar o Espiritismo para uma seara de ficção, para uma seara de misticismos, para uma seara de equívocos dogmáticos, porque isso não traduz o espiritismo!
O Espiritismo verdadeiro é aquele que transforma as nossas ações através do evangelho de Jesus. O Espírita verdadeiro é o que conhece e pratica o Evangelho de Jesus. O Evangelho que nos ensina a prática do AMOR. E essa pratica do amor Kardec faz traduzir, com toda sua essência, com toda sua verdade, quando enfim disse em suas preleções nestas viagens, a bandeira do Espiritismo, que, finalmente, é:

“FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO!”

Fernando Oliveira - 29/09/2019.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

COMO VENCER NOSSOS VÍCIOS

Conforme o dicionário Infopédia, vício é:
  • Defeito pelo qual uma pessoa ou uma coisa se afasta do tipo considerado normal, ficando inapta a cumprir determinado fim ou a desempenhar certa função;
  • Hábito profundamente enraizado de ações consideradas moralmente condenáveis; libertinagem; desregramento; desmoralização;
  • Prática de atos geralmente prejudiciais ou moralmente censuráveis; mau hábito; costume condenável;
  • Disposição natural para algo; propensão irresistível; tendência;
  • Erro contra as regras da arte ou da ciência;
  • Hábito repetitivo de praticar certos atos; erro sistemático; mania;
  • Dependência em relação ao consumo de determinada substância (álcool, tabaco, etc.).
Seguindo as definições acima, podemos considerar que em determinado momento adquirimos ou estamos em via de adquirir algum tipo de vício. Um dos exemplos mais comuns na atualidade é o uso exagerado de telefone com as redes sociais (cybervício), o exagero que algumas pessoas aplicam na prática de exercício, os desequilíbrios alimentares, tanto para o excesso como na redução, entre outros. Ou seja, tudo isso indica desregramento, propensão irresistível, mau hábito. No entanto, temos que levar em consideração um fato relevante: Temos tendência aos vícios!

Entre os diversos tipos de vícios podemos destacar:

1 – Vício por trabalho – os que são considerados workaholic. Àquele que cria dependência extrema pelo trabalho, podendo abdicar do convívio com a família, convívio social. O que tem necessidade extrema de se destacar entre os demais, sem levar em consideração os malefícios que pode causar aos colegas de trabalho, ambição, concorrência, vaidade, ganância.

2 – Vício por comida – A gula está entre os sete pecados capitais. Também tem os que se privam da alimentação adequada para se sentirem com o corpo perfeito, podendo desenvolver a anorexia.

3 – Vício por exercícios – Um dos hábitos sociais em plena evidência, o cuidado com o corpo, é uma necessidade de saúde física, no entanto há os que se dedicam em excesso sem considerar os seus limites físicos e possíveis consequências que podem levá-los a consequências drásticas como problemas de coluna, fissuras musculares, entre outras.

4 – Cybervício ou vício por internet – O conhecimento da tecnologia é uma necessidade da atualidade, no entanto precisamos avaliar os excessos. Tenho visto muitas pessoas que perdem o sono na prática de jogos, uso de redes sociais para saber as novidades, conversas por meio das redes sem estabelecer o diálogo no convício social e com a família, pessoas que não larga o telefone nem na hora que senta na mesa para se alimentar, fora o uso inadequado deste instrumento para alimentar outros tipos de vícios.

5 – Sexolatria ou vício por sexo – O sexo é algo natural, mas transformá-lo numa necessidade visceral pode caracterizar em vício. Alguns não conseguem controlar ao ponto de destruir as boas relações em busca de aventuras, sem contar os riscos de saúde que pode ocasionar.

6 – Alcoolismo ou vício por bebidas alcoólicas – Para alguns tomar um drink no fim de semana é necessidade social, justificando o exagero que pode comprometer a saúde, começa com um copo e perde por completo o controle na hora de parar. O dependente alcoólico nunca assume que precisa de ajuda pois acha que beber é algo natural, mas não consegue passar um fim de semana sem o consumo desta que também é considerada como droga, afeta o organismo, causando cirrose, câncer, problemas cardíacos e outras disfunções orgânicas.

7 – Dependência química – A drogadição hoje considerada um problema de saúde pública tem gerado diversos transtornos ao dependente, ao codependente (família e amigos) e a sociedade em geral. O uso de droga afeta o sistema nervoso, bem como, toda a estrutura física de quem a consome. O uso de drogas baixa a percepção, a concentração da pessoa, além de alterar o estado de consciência, podendo o indivíduo praticar atos nocivos a si mesmo e a outrem, não lembrando posteriormente, devido sua alteração de comportamento.

Dentro deste prisma, podemos afirmar que os vícios são doenças, portanto devem ser tratados. Se há algum indício destas doenças é necessário procurar um profissional da área da saúde para aconselhar e indicar a terapia adequada.

E o espiritismo, o que diz a respeito dos vícios?

No Livro dos Espíritos questão 361. A, tem a seguinte pergunta: Seguir-se-á daí que o homem de bem é a encarnação de um bom Espírito e o homem vicioso a de um Espírito mau?
“Sim, mas, dize antes que o homem vicioso é a encarnação de um Espírito imperfeito, pois, do contrário, poderias fazer crer na existência de Espíritos sempre maus, a que chamais demônios.”

Também na questão 484, temos o seguinte: Os Espíritos se afeiçoam de preferência a certas pessoas?
“Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorarem. Os Espíritos inferiores com os homens viciosos, ou que podem tornar-se tais. Daí suas afeições, como consequência da conformidade dos sentimentos.”
Destas questões iniciais, levando em consideração que vivemos num orbe em processo de evolução, e sabedores que sua classificação espiritual é de expiação e provas, entendemos que a perfeição é um processo lento e que devemos combater nossas imperfeições. Sendo espíritos ainda impregnados nas necessidades materiais, temos que evitar os excessos, fazer as escolhas certas e não nos influenciarmos pelos comportamentos exagerados e contumazes de uma sociedade ainda preza aos rótulos e imposições de costumes desregrados e muitas vezes desnecessários.

Além destes aspectos na questão 484 nos alertam os espíritos que os vícios são portas abertas para obsessões. Se sintonizamos com coisas e atitudes vulgares evidentemente se associarão nós os espíritos que vibram nesta mesma onda energética, ou seja espíritos inferiores de má conduta dependentes das sensações físicas e desejos desmedidos.

Na Revista Espírita do ano de 1864, também temos a seguinte explicação do que configura um processo obsessivo: “Mas, somos Espíritos imperfeitos, encarnados na Terra para expiar nossas faltas e melhorar-nos. Em nós mesmos está a causa primária do mal e os Espíritos maus não fazem mais do que aproveitar os nossos pendores viciosos, em que nos entretêm para nos tentarem.”
“Cada imperfeição é uma porta aberta à influência deles, ao passo que são impotentes e renunciam a toda tentativa contra os seres perfeitos. É inútil tudo o que possamos fazer para afastá-los, se não lhes opusermos decidida e inabalável vontade de permanecer no bem e absoluta renúncia ao mal.”

E na Revista Espírita do ano de 1867, mais esta explicação, elucidando a possível predisposição de um espírito ao vício, partindo da premissa que somos reencarnados: “Conforme os indivíduos há faculdades, aptidões, tendências que se manifestam desde o começo da vida, enquanto outras se revelam em épocas mais tardias e produzem as mudanças de caráter e de disposições que se notam em certas pessoas. Neste último caso, geralmente não são disposições novas, mas aptidões preexistentes, que dormitam até que uma circunstância as venha estimular e despertar. Pode-se estar certo de que as disposições viciosas, que por vezes se manifestam subitamente e tardiamente, tinham seu germe preexistente nas imperfeições do Espírito, porque este, marchando sempre para o progresso, se for essencialmente bom não pode tornar-se mau, ao passo que de mau pode tornar-se bom.”

Manoel Philomeno de Miranda, através da mediunidade de Divaldo Franco no livro Sexo e Obsessão narrando suas experiências de acompanhamento de um grave processo obsessivo narra: "Simultaneamente, as legiões de Espíritos viciosos e dependentes dos fluidos degenerativos das sensações perversas, sincronizam suas mentes nesses comportamentos doentios, passando a sofrer-lhes as injunções morbosas e devastadoras. A cada dia, mais difícil se torna a saúde sexual das pessoas, em razão desses e de outros fatores que procedem de reencarnações transatas, nas quais se comprometeram com os usos indevidos da função sexual, ou utilizaram-se do sexo para fins ignóbeis. Essa atitude gera processos danosos que as afligem, e obrigam-nas a retornar ao proscênio terrestre em situações deploráveis, atormentadas ante a multiplicidade de conflitos de comportamento, para logo tombarem nas viciações que ora predominam nos grupamentos sociais, fazendo-as vítimas de si mesmas e de outros do mesmo tipo, que se lhes acoplam em processos complexos de obsessões perversas e devastadoras."

E no Livro Tormentos da Obsessão, Manoel Philomeno, acrescenta: “Quando essas formulações possuem conteúdo edificante, saudável, e aspirações nobres, transformam-se em paisagens de beleza e de alegria, favorecendo o bem-estar e a tranquilidade naquele que as cultiva. Da mesma forma, quando tendem ao primarismo, ao exclusivamente sensorial, particularmente nas áreas do prazer e do mesquinho, igualmente se convertem em províncias de gozo rápido e sombrio, envoltas em névoa densa, na qual se movimentam e se vitalizam arquétipos grosseiros e princípios espirituais em transição evolutiva. Noutras ocasiões, homiziam-se, nesses redutos mentais, Espíritos profundamente asselvajados que se alimentam dessas emanações deletérias em um círculo vicioso entre o paciente, seus hospedeiros e vice-versa. Como efeito do baixo teor dessas vibrações, a mente degenera na seleção de mensagens e retrai-se, fixando-se apenas naquelas em que se comprazem os indivíduos.”

No caso acima o nobre orientador espiritual esclarece que podemos mudar nossa faixa vibratória construindo em nossa mente o que denomina como: “formulações possuem conteúdo edificante, saudável, e aspirações nobres” que se “transformam em paisagens de beleza e de alegria, favorecendo o bem-estar e a tranquilidade naquele que as cultiva.” Ensina-nos então um caminho para a cura destas mazelas.

Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, nos dá algumas orientações como um formato a seguir para combater nossas imperfeições, nos livrar das obsessões, bem como evitar as tendências aos vícios, que são:
“Não basta fazer o Cristo Jesus o benfeitor que cura e protege. É indispensável transforma-lo em padrão permanente da vida, por exemplo, e modelo de cada dia.”
“Em qualquer idade, podemos e devemos operar a iluminação ou o aprimoramento de nós mesmos.”
“O trabalho é a escada divina de acesso aos lauréis imarcescíveis do espírito.”
“Não olvidemos que Jesus passou entre nós, trabalhando. Examinemos a natureza de sua cooperação sacrificial e aprendamos com o Mestre a felicidade de servir santamente.”
“O Evangelho é código de paz e felicidade que precisamos substancializar dentro da própria vida!”
“Aprende a semear a luz no solo dos corações, conduzindo o arado milagroso do amor, para que as sombras da ignorância abandonem a Terra para sempre.”

O tratamento espiritual vem a complementar as terapias convencionais (tratamento médico), visando o equilíbrio do espírito. Destacamos como forma de atendimento o estudo do evangelho de Jesus, o passe (transfusão de fluidos bioenergéticos e espirituais), a água fluidificada, a prática do evangelho no lar, a prática constante da oração ou prece e o esforço constante de realizar a transformação moral, também conhecida como reforma íntima.

Jesus nos ensina: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João – 14:6). Unir-se aos ensinamentos do mestre, tornando nossa vida operosa no sentido de trabalhar pelo bem comum, considerando que somos espíritos eternos e diante deste fato, nesta existência, estamos preparando a trilha para a vida futura, galgando a felicidade suprema, não podemos desperdiçar as belas orientações do Mestre que nos apresentou o consolador prometido, o espiritismo, que nos trás consciência e conhecimento e diante destes fatos, combater nossas viciações é vitalizar nosso espírito como forma redentora que nos libertará do mal que somos capazes de fazer a nós mesmos. Também não esqueçamos os múltiplos benefícios que a oração nos dá, nos fortalece e nos equilibra.

Que Deus seja a luz que brilha em nosso viver!

Fernando Oliveira – 24.02.2018

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

A influência do Espiritismo no progresso da humanidade


No Livro O Consolador, do Espírito Emmanuel, através da mediunidade de Chico Xavier, temos a questão 352 que é a seguinte:
Devemos reconhecer no Espiritismo o Cristianismo redivivo?
·    O Espiritismo evangélico é o Consolador prometido por Jesus, pela voz dos seres redimidos, espalham as luzes divinas por toda a Terra, restabelecendo a verdade e levantando o véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo Redivivo, a fim de que os homens despertem para a era grandiosa da compreensão espiritual com o Cristo.
Diante desta resposta do Espírito Emmanuel, podemos destacar diversos pontos de reflexões para entender a influência do Espiritismo no progresso da humanidade, a saber:
1 - O Espiritismo é o Consolador prometido:
Já na questão 353 deste mesmo livro do Emmanuel sobre o fato do Espiritismo vir ao mundo para substituir as outras crenças, o querido irmão responde: O Consolador, como Jesus, terá de afirmar igualmente: “Eu não vim destruir a Lei”.
O que nos leva a reflexão de que o Espiritismo vem ocupar uma lacuna existente nas mentes e nos corações daqueles que não se fizeram satisfazer por situações que não respondem suas perguntas muitas vezes sem consolo.
E complementa Emmanuel: A missão do Consolador tem que se verificar junto das almas e não ao lado das gloríolas efêmeras dos triunfos materiais. Esclarecendo o erro religioso, onde quer que se encontre, e revelando a verdadeira luz , pelos atos e pelos ensinamentos, o espírita sincero, enriquecendo os valores da fé, representa o operário da regeneração do templo do Senhor, onde os homens se agrupam em vários departamentos, ante altares diversos, mas onde existe um só Mestre, que é Jesus Cristo.
2 - Restabelecendo a verdade e levantando o véu que cobre os ensinamentos na sua feição de Cristianismo Redivivo:
A proposta do Espiritismo não é transformar-se de forma inconsequente em religião, visto que propõem que tenhamos a consciência dos nossos atos, que estamos envoltos por leis que regem a vida, a natureza e todo universo, e que por isso estamos envoltos por tudo isso por fazermos parte de tudo que há, e que tudo isso é criação de Deus. Restabelecer a verdade é fazer-nos ver que tudo tem um justo motivo e deve ter seu justo valor; levantar o véu que cobre os ensinamentos seria a proposta de refletirmos que, de forma racional, todas explicações até então recebidas entorno da vida seriam suficientes para satisfazer nossas buscas?; Os ensinamentos na sua feição de Cristianismo Redivivo é a renovação da nossa fé, sabendo os porquês e para quês estamos nesta vida, qual nossa missão, que proposta Deus nos ofereceu visando nossa evolução espiritual.
3 - Despertem para a era grandiosa da compreensão espiritual com o Cristo:
Aí está a grande lição do Espiritismo que é nos sacodir e fazer-nos despertar para as propostas evangélicas de Jesus. Sem Dogmas, sem excessos, apenas o AMOR como fonte segura de transformação. O Amor que salva, que cura, que cuida, que ajuda. O Amor que apenas ama sem nada esperar em troca.
Allan Kardec no Livro o que é o Espiritismo esclarece que o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras, mas ele é independente de todo culto particular. Seu objetivo é provar, àqueles que negam ou que duvidam, que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo; que ela suporta, depois da morte, as consequências do bem e do mal que fez durante a vida corpórea.
E visando o maior esclarecimento da proposta do Espiritismo ainda neste mesmo livro o querido codificador, Allan Kardec explica:
O objetivo essencial do Espiritismo é o adiantamento dos homens. Não é necessário procurar senão o que pode ajudar ao progresso moral e intelectual.
O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência, são para a alma ervas venenosas da qual é necessário cada dia arrancar algum pé e que têm, como antídoto: a caridade e a humildade.
Também vem renovar a fé do homem, trazendo um método diferente de orar, mostrando que aquele que tem fé não perde a esperança, que os sofrimentos da vida presente são os tesouros que nossa alma necessita para nosso melhoramento.
O homem que ora com fervor e confiança é mais forte contra as tentações do mal, e Deus envia os bons Espíritos para ajuda-lo. É um socorro que jamais é recusado quando pedido com sinceridade.
Mostra a importância do perdão das ofensas: “Aquele que pede a Deus o perdão de suas faltas, não obtêm senão mudando de conduta. As boas ações são a melhor das preces, porque os atos valem mais que as palavras.”
O Espiritismo esclarece que sem a caridade o homem não tem salvação.
A caridade é a lei suprema do Cristo: “Amai-vos uns aos outros como irmãos; amai vosso próximo como a vós mesmos; perdoai vossos inimigos; não façais a outrem o que não gostaríeis que vos fizésseis”; tudo isso se resume a palavra caridade.
Diante de todos estes argumentos não podemos nos isentar de reconhecer a insofismável influência que o espiritismo tem no progresso da humanidade.
Suas lições, através da doutrina de amor de Jesus, das mensagens consoladoras dos Espíritos, do método criterioso e sério elaborado pelo codificador Allan Kardec, nos faz compreender que não estamos aqui apenas de passagem e que temos sérias responsabilidades a cumprir, e, portanto, devemos nos esforçar constantemente para realizar a nossa transformação moral e intelectual, visando promover, na urgência que se abrevia cada vez mais, o nosso progresso e de toda humanidade.
Fernando Oliveira – 20/08/2018.

domingo, 19 de agosto de 2018

COMO SER MENOS EGOÍSTA


Este tema aqui abordado tem características bem claras de seminário, visto que iremos fazer reflexões que ficam num contexto que devemos levar para vida prática e desenvolver uma proposta de entendimento do nosso próprio ser e ao mesmo tempo das mudanças de comportamento e atitudes que precisamos fazer.
Vamos começar definindo alguns conceitos da psicologia, muito comentados, porém pouco conhecidos na sua verdadeira acepção, a saber:
EGO:
Com base no Dicionário informal significa núcleo da personalidade de uma pessoa; princípio de organização dinâmica, diretor e avaliador que determina as vivências e atos do indivíduo; função de controle sobre o seu comportamento, sendo grande parte de seu funcionamento inconsciente.
SELF:
A consciência reflexiva, que é o conhecimento sobre si próprio e a capacidade de ter consciência de si; a interpessoalidade dos relacionamentos humanos, através dos quais o indivíduo recebe informações sobre si;
Além destes dois conceitos, existem outros três que se interagem e completam na definição da personalidade humana, que são:
ID, EGO E SUPEREGO:
Com base no site psicoativo.com O ID é regido pelo “princípio do prazer”, fundamento ligado à libido. Está relacionado a ação de impulsos. É considerado inato. Está localizado na zona inconsciente da mente, sem conhecer a “realidade” consciente e ética, agindo, portanto, apenas a partir de estímulos instintivos, o que lhe atribui a característica de amoral.
EGO é a parte consciente da mente, sendo responsável por funções como: percepção, memória, sentimentos e pensamentos. É regido pelo “princípio da realidade”, sendo o principal influente na interação entre sujeito e ambiente externo. É um componente moral, que leva em consideração as normas éticas existentes e atua como mediador entre ID e SUPEREGO.
SUPEREGO é o componente inibidor da mente, atuando de forma contrária ao id. Considerado hiper moral, segue o “princípio do dever” e faz o julgamento das intenções do sujeito sempre agindo de acordo com heranças culturais relacionadas a valores e regras de conduta. O superego é, então, componente moral e social da personalidade.
Mas então o que seria o Egoísmo?
Segundo o Dicionário Wikipédia um sujeito egoísta é aquele que se coloca no centro do seu universo. O egoísta, na verdade, é uma pessoa que prioriza a si mesmo em relação aos outros, mas não necessariamente desprezando-os. Um sujeito egoísta é aquele que acredita que, na sua perspectiva de ser, é mais importante do que os demais seres.
Uma pessoa egocêntrica se interessa principalmente por si mesma e demonstra pouca preocupação com os outros. (Site: pt.wikihow.com)
O que o espiritismo nos diz sobre o egoísmo?
Vamos encontrar no Evangelho Segundo o Espiritismo, diversas menções à palavra egoísmo, mas destacamos a seguinte orientação:
O egoísmo é o sentimento oposto da caridade. Com o egoísmo e o orgulho, que andam de mãos dadas, haverá sempre uma corrida favorável ao espertalhão, uma luta de interesses em que são pisoteadas as mais santas afeições, em que nem sequer os laços sagrados da família são respeitados. (Espírito Pascal – ESE – Cap. 11 - item 12)
Sendo então o egoísmo este parceiro do desamor, da arrogância e da vaidade, observamos seguindo a conceituação da psicologia que a personalidade moral do ser egoísta esta intrinsicamente ligada ao seu ID primitivo e ao mesmo tempo o SUPEREGO abordando comportamentos morais em desacordo com os princípios de bondade, respeito e compaixão, tão necessários a boa relação com o próximo.
Nessa perspectiva, como saber se somos ou não egoístas?
O site: pt.wikihow.com, traz algumas sugestões para identificarmos se temos uma personalidade egoísta, que são:
      Quem fala mais durante uma conversa?
      Quem parecia “conduzir” ou dominar a discussão?
      Você aprendeu alguma coisa nova sobre a pessoa com quem estava falando?
      Você fez alguma pergunta sobre a outra pessoa que não estava relacionada com sua própria vida ou com suas experiências?
      Pergunte-se se você ouviu o que a outra pessoa estava dizendo, assim como a forma como ela estava falando. 
      Você já se sentiu como se estivesse lutando pelo tempo de falar ou teve que interromper ou falar por cima da outra pessoa para conseguir expressar suas ideias?
      Você sente que precisa que a sua história seja mais forte ou dramática que a da outra pessoa?
      Se você sempre chateia as outras pessoas com o comportamento e não faz ideia de como está fazendo elas se sentirem, talvez seja hora de trabalhar no desenvolvimento da empatia e parar de se preocupar menos com você mesmo.
      Pergunte a si mesmo se você passa um bom tempo das suas interações sociais pensando em como é visto pelos outros.
      Note se uma das suas primeiras respostas a um feedback é ficar na defensiva ou irritado, em vez de tentar entender a perspectiva do outro.
      Pense em quantas vezes você culpa as outras pessoas quando algo dá errado.
Note, portanto, que todas estas questões ou afirmações do comportamento egocêntrico apresentam características, as vezes, de uma personalidade que sofre, que tem problemas de auto afirmação, de auto estima baixa e sentimentos de ausência de amor que podem ser indício de problemas ocasionados durante a construção de sua personalidade através das referências obtidas no convívio com a família, com amigos e a própria sociedade.
Também poderíamos afirmar que na busca de conquistas materiais, que nem sempre darão a sensação de prazer necessária para alcançar a felicidade propriamente dita, o homem vai se afastando de Deus, ou não foi orientado sobre os valores que a fé raciocinada e sentida, poderia melhorar suas relações interpessoais.
E dentro deste paradigma entra o Espiritismo indicando que esta personalidade desvirtuada dos princípios morais básicos pode estar subordinada as leis da “reencarnação”, “ação e reação”, com riscos severos de processos “obsessivos”, e por finalmente o entendimento que nada está só na vida, que um dia teremos que nos ajustar diante da lei maior, considerando que teremos indubitavelmente uma “vida futura”.
E por isso é tão importante encontrarmos o equilíbrio através da fé e das lições do Mestre Jesus, como, por exemplo, que nos diz sobre o ser bem-aventurado:
      Bem-aventurados os pobres de espírito, pois é deles o reino dos Céus. (Mateus, 5:3)
      Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus. (Mateus, 5:8)
      Bem-aventurados aqueles que são mansos, porque possuirão a Terra. (Mateus, 5:4)
      Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. (Mateus, 5:9)
      Bem-aventurados os que são misericordiosos, porque eles próprios alcançarão misericórdia. (Mateus, 5:7)
E evidentemente percebemos que o caminho seguro para ser bom, generoso, debelar de vez o egoísmo está em duas sentenças de Jesus:
      O PERDÃO DAS OFENSAS; e
      O AMOR AO PRÓXIMO E AO(s) INIMIGO(s);
Mostrando perfeitamente que precisamos uns dos outros, e que nosso superego deve ser alimentado pelos princípios morais de amor, paciência, respeito, compaixão e caridade.
Sejamos então todos Luz!
Fernando Oliveira – 19/08/2018.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Conhecimento e livre-arbítrio: ferramentas para evolução do espírito.


Vamos iniciar nossas reflexões sobre este tema trazendo três definições que serão os pilares para desenvolvermos nosso pensamento.

Na primeira, trazemos Kardec com a seguinte questão:
“Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?”

“Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.” (Livro dos Espíritos – pergunta 843)

Já nessa resposta que os espíritos fazem ao Kardec, lembramos o Filósofo René Descartes, que afirma: “PENSO, LOGO EXISTO”. Descarte desejava, através desta afirmativa, obter o conhecimento absoluto, irrefutável e inquestionável.

Vale salientar que Kardec era seguidor do pensamento filosófico de Descartes considerando a possibilidade de descartar varias hipóteses para considerar uma verdade.

A Doutrina Espírita preconiza a ideia de que o espírito é livre para tomar suas decisões, fazer suas escolhas e seguir a direção que lhe parecer conveniente. Este princípio, está embasado sob o conceito de liberdade que até na sociedade se estabelece, tendo em vista que, em sua essência, este é um direito legado a todo ser humano.

Dos três aspectos fundamentais da Doutrina Espírita, destacamos o filosófico que aborda o princípio da relação entre os homens, observando e entendendo seus problemas, sua origem e sua destinação, bem como as consequências morais destas relações. Este destaque se faz necessário para podermos articular e evidenciar os conceitos que serão abordados a partir de então.

Dentro desta analogia, vamos discutir o que popularmente conhecemos como livre-arbítrio.

A segunda definição vem através de Rodolfo Calligaris no Livro As Leis Morais, onde afirma que o livre arbítrio é “a faculdade que tem o indivíduo de determinar a sua própria conduta”, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, “entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras”.

E a terceira definição é de Léon Denis, no Livro O problema do ser, do destino e da dor, onde afirma que: “a liberdade é a condição necessária da alma humana que, sem ela, não poderia construir o destino.”

Partindo destes princípios, vamos aventar nossos pensamentos.

No entanto, esta liberdade se restringe quando, partindo do pressuposto que para construí-la, por consequência obter o livre-arbítrio, o homem a priori está condicionado se submeter a regras de convivência e aceitar no conjunto do que as estabelecem os limites que estas relações impõem.

Se dentro do que se restringem as relações da convivência entre os homens, pressupõe-se que o mesmo tem como principio de direito, a liberdade de ir e vir e de expressão. Seguindo a ideologia de unidade, saindo do eixo da individualidade e expandindo para o contexto de conjunto, comunidade, o então livre-arbítrio passa a se restringir ao conceito básico, o de que esta dita liberdade, de determinar sua própria convivência, infringe o principio de que o direito de um cessa quando o mesmo não aflige o da outra personalidade ou individualidade.

Daí vem a orientação constante no Evangelho segundo o espiritismo, capítulo 12, item 14: “Não façais aos outros, o que não quereríeis que vos fizessem”.

Partindo deste princípio, notadamente, o que condiciona toda esta liberdade fica restrito a um nível de abrangência que impede do então liberto dos conceitos sociais, assumir a obrigação de respeitar aos princípios básicos de convivência, de forma que o bem-estar não fique limitado a satisfazer apenas uma pessoa, mas sim um conjunto de indivíduos, família, agrupamento, comunidade, nação, e, finalmente, a humanidade.

Seguindo esta lógica de raciocínio, mesmo que intuitivamente, um ser, ou conjunto de pessoas, sabem que a felicidade não se restringe tão somente à fomentação dos recursos por elas mesmas criadas e sim por todos os membros da convivência comum. Faz-se necessário então expandir a linha do conhecimento, ainda restrito nas miopias individualistas, passando a se ter um olhar para além, sendo obrigatório se permitir sair da zona de conforto, seguindo então para o imprescindível estudo dos diversos aspectos que definem as relações dos homens, sejam nos variados contextos do conhecimento, à religião, à ciência e à filosofia.

Estes paradigmas nos condicionam a abrir o olhar e nos faz perceber a atualidade da Codificação Espírita, quando saindo dos conceitos minimalistas do então espiritualismo, descoberto através das sensacionalistas exposições em meados do século 19, com as batidas e movimentos das mesas, para novos contextos da fé raciocinada, à comprovação da comunicabilidade dos espíritos, fazendo então o Sr. Alan Kardec expandir seu olhar para o novo, trazendo à luz do conhecimento o que definiu então como Espiritismo, que sai dos princípios materialistas, à certeza da existência dos espíritos, mas fazendo-nos entender que, além disso, deveríamos trabalhar a moralidade, a fé raciocinada e a consciência.

E das muitas orientações, decorrentes da compilação da codificação espírita e do severo estudo e pesquisa realizados, recebemos a seguinte orientação do Espírito Verdade: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo.” (ESE-Cap. 6, item 5)

Esta sentença nos leva a concepção de que, mesmo tendo como essência do espírito o livre-arbítrio, ou o princípio de liberdade, sem conhecimento estaríamos fadados a infringir tudo que fomenta tais conceitos. Também, partindo da orientação do “amai-vos”, percebemos que estando isolados não poderíamos vivenciar as verdadeiras lições que a vida nos proporciona, a vida corpórea, que é a sentença do aprendizado, a oportunidade da evolução através de nossa transformação moral e intelectual.

No entanto, não podemos deixar de considerar que se o conhecimento é-nos dado por Deus, e ainda assim permite que tenhamos a condição de espíritos livres para trilhar nosso caminho, fazer nossas escolhas, e neste trajeto ainda terminamos por desviá-lo, atrasando o processo de nossa evolução, entendemos porque Jesus afirma: “Pedir-se-á muito àquele que muito recebeu, e prestará contas aquele a quem foram confiadas muitas coisas. (Lucas, 12:47 e 48), ou seja, muito será cobrado à quem muito foi dado.

Assim faz sentido o alerta de Léon Denis: “A questão do livre-arbítrio tem uma importância capital e graves consequências para toda a ordem social, por sua ação e repercussão na educação, na moralidade, na justiça, na legislação, etc.” (Livro: O problema do ser, do destino e da dor).

E continua: “O Espírito só está verdadeiramente preparado para a liberdade no dia em que as leis universais, que lhe são externas, se tornem internas e conscientes pelo próprio fato de sua evolução. No dia em que se penetrar da lei e fizer dela a norma de suas ações, terá atingido o ponto moral em que o homem se possui, domina e governa a si mesmo.

“Libertando-se das paixões e da ignorância, cada homem liberta seus semelhantes. Tudo o que contribui para dissipar as trevas da inteligência e fazer recuar o mal, torna a humanidade mais livre, mas consciente de si mesma, de seus deveres e potências.”

Preconizar o Livre-arbítrio sem oferecer os insofismáveis recursos do conhecimento, para o homem alçar voo no seu processo evolutivo, associado às mudanças comportamentais, amaciando os sentimentos e as emoções, significa impedi-lo de obter, no tempo propício, a evolução moral e consequentemente a evolução espiritual.

Se estamos certos de que estes conceitos devem ser postos em prática, obteremos os resultados propostos então por Deus a todos os seres da criação e em especial a nós que estagiamos transitoriamente na terra para esta proposta.

Daí será possível ter a fácil conclusão: O livre arbítrio, associado ao conhecimento, são ferramentas para nossa evolução espiritual.

Fernando Oliveira.

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Espiritualismo e Espiritismo


Século XIX, o século das grandes descobertas científicas. Século da criação da locomotiva a vapor, em 1813, por Richard Trevithick. E outras invenções como a Máquina de Costura, em 1830, pelo alfaiate francês Barthélemy Thimmonier; O código morse e o telégrafo, em 1835, por Samuel Morse; O telefone em 1860, pelo Italiano Antonio Meucci. O mesmo século que quase no seu desfecho, em 1879, nos trouxe a descoberta das lâmpadas incandescentes comercializáveis, de Thomas Edson. O século das grandes invenções. 


O mesmo século em que nasceram: Charles Darwin, Santos Dumont, Allan Kardec, Camille Flammarion, Grabriel Delanne, Léon Denis, Ernesto Bozzano, Bezerra de Manezes, Albert Einstein, Sigmund Freud, Eurípedes Barsanulfo e Vianna de Carvalho. Século do surgimento do Espiritismo!






Quando em março de 1848, em Hydesville, vilarejo a oeste do estado de Nova York, numa simples choupana, onde moravam as meninas Kate e Maggie e seus pais John e Margaret Fox, registraram pancadas inexplicáveis que passaram a sacudir a casa da família Fox. Estalidos, movimentos de objetos, pancadas.

Estes ruídos e movimentos passam a ser registrados por todo mundo, vindo assim a despertar a curiosidade do então professor Hippolite Léon Denizard Rivail, o Sr. Allan Kardec. Na época um pouco cético destes fatos, pois atribuíam estes fatos aos espíritos. No entanto o Sr. Rivail tinha a teoria de que isso se referia a força magnética das pessoas que estavam envolvidas com estes fatos, estudioso que era do magnetismo na época. E para tanto precisava pesquisar, avaliar, comprovar, ser convencido que de fato se tratavam de manifestações espirituais.

Começou então as primeiras reuniões como processo investigativo, pois já havia o fato das mesas que giravam. Eram muitas conjecturas, muitos ruídos, precisavam ser desmistificados.

O Sr. Allan Kardec cria um grupo de pessoas que poderiam contribuir com estas verificações, entre eles alguns ditos médiuns, a Sra. Plainemaison e estudiosos como ele dispostos a encarar os rodopios e o movimento das mesas, como objetos de estudo e não como meio de diversão.

Era o ano de 1855, e na casa da Sra. Plainemaison, estavam todos reunidos em volta de uma mesa, mãos espalmadas sobre a madeira, uma prece iniciando a sessão, longo período de silêncio e espera. O Sr. Rivail já ensaiava a ideia de ir embora, quando de repente ouviram estalidos sobre  os tacos e testemunharam o primeiro movimento da mesa.

Meus irmãos esta é apenas uma preleção para entrarmos no tem ao qual nos trás aqui: Espiritualismo e Espiritismo.

Deste conteúdo anteriormente citado há muito a se conhecer, para o qual recomendo aprofundado estudo, no entanto, não podia deixar de mencionar a personalidade de Allan Kardec, estudioso, com características marcantes, onde necessitava da certeza para poder, então, abraçar uma causa tão séria e de tamanha responsabilidade, que é o Espiritismo. E não podia ser outra pessoa. O Sr. Allan Kardec foi devidamente escolhido, por Jesus e a espiritualidade maior para esta missão.

Para se designarem coisas novas são precisos termos novos, assim começa o Livro dos Espíritos, lançado no ano de 1857, por Allan Kardec.

Desta forma, iniciamos nosso estudo esclarecendo que o espiritualismo é o oposto do materialismo. Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. No entanto, não significa dizer que quem é espiritualista acredita na existência dos espíritos e na possibilidade da comunicação com o invisível.

A doutrina espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou os espiritistas assim afirmou Kardec.

Diante destas definições, podemos afirmar que certamente todas as religiões a principio são espiritualistas, sejam elas: Afro-Brasileiras, Catolicismo, Protestantismo, Budismo, Espiritismo, Mormonismo, Testemunha de Jeová, entre outras.

Este esclarecimento inicial procede, pois muitos, por desconhecimento, afirmam, por exemplo, que as religiões afro-brasileiras, como candomblé, umbanda, etc., são espíritas, fato este que não é verdade. Sem dúvida alguma são espiritualistas. Podem sim acreditar na comunicabilidade dos espíritos e suas diversas formas de manifestações, no entanto o que fundamenta o Espiritismo é o seu tríplice aspecto: religioso, filosófico e científico.

O Espiritismo enquanto ciência vem revelar aos homens, por meio de provas irrecusáveis, a existência e a natureza do mundo espiritual e as suas relações com o mundo corpóreo.

O caráter filosófico do Espiritismo está, portanto, no estudo que faz do Homem, sobretudo Espírito, seus problemas, sua origem, sua destinação.

O Espiritismo é, ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática, ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, ele compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações.

O Espiritismo repousa sobre as bases fundamentais da religião e respeita todas as crenças. O Espiritismo fundamenta-se essencialmente nos ensinamentos de Jesus e seus princípios de amor e caridade como forma de transformação e renovação da humanidade.

O Espiritismo é uma doutrina filosófica de efeitos religiosos, como qualquer filosofia espiritualista, pelo que forçosamente vai ter às bases fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma e a vida futura. Mas, não é uma religião constituída, visto que não tem culto, nem rito, nem templos e que, entre seus adeptos, nenhum tomou, nem recebeu o título de sacerdote ou de sumo-sacerdote. Assim afirma Allan Kardec, no Livro Obras póstumas, em Ligeira resposta aos detratores do espiritismo.

Assim, de acordo com Allan Kardec, podemos afirmar o tríplice aspecto do Espiritismo como:
a) Científico – concernente às manifestações dos Espíritos; Estudo e comprovação da existência dos espíritos a comunicabilidade com os homens;
b) Filosófico – Diz respeito aos princípios, inclusive morais, em que se assenta a sua doutrina;
c) Religioso – relativo à aplicação desses princípios.

Dentro destes contextos, devemos destacar que a Doutrina Espírita se fundamenta sobre seis princípios básicos:
1 – A certeza da existência de Deus;
2 – A imortalidade da alma;
3 – A pluralidade das existências, ou seja, a reencarnação;
4 – A pluralidade dos mundos habitados;
5 – A comunicabilidade com os espíritos; e
6 – A crença no Evangelho de Jesus.

Diferente das religiões espiritualistas o Espiritismo usa da racionalidade para comprovar a existência dos espíritos, usando como base fundamental Deus, o criador de todas as coisas, soberanamente bom e justo e nos dá como base sólida os ensinamentos de Jesus e sua doutrina de amor. Abre espaço para uma certeza incontestável que a vida é apenas uma passagem necessária para a evolução dos espíritos, que transitoriamente revestidos por um corpo físico, necessitamos aprender suas lições para buscarmos continuamente a nossa transformação moral na trilha da perfeição. O destino de todos nós, Espíritos, é a vida futura. Que hoje é consequência do ontem e que o amanha será consequência do hoje. Que serão por nossas obras que teremos a conquistas dos méritos, não materiais, imperecíveis, a recompensa da paz suprema, da harmonia e de uma felicidade que apenas àqueles que conseguirem ver a luz do Amor Maior, poderemos finalmente ser convidados a sentarmos ao lado do Pai.

Fernando Oliveira - 22/06/2018.